A imprensa brasileira pode considerar-se sortuda. Não é em qualquer lugar que se pode tomar partido de um grupo político, defendê-lo e atacar seu opositor. Aliás, não que se possa defender que seja exatamente ético, mas acontece de qualquer maneira. Países como Cuba, China e Coréia do Norte vivem outra realidade, a censura (que existe aqui, sim) lá é legalizada.

Ainda segundo Ignacio Ramonet, o jornalismo impresso é o que está mais propício a julgamentos. O fato de poder ser lido e relido quantas vezes o leitor desejar, de ser publicado no dia seguinte ao acontecimento das notícias, é o que faz com que o jornal impresso seja tão julgado. Porém, para evitar que um julgamento mal feito seja realizado, nada mais fácil que publicar aquilo que de fato ocorreu, sem tomar partido algum. Também é citado que o Rádio é o veículo que possui maior confiança na relação ouvinte – imprensa. Porém, se podemos guardar o jornal para reler e conferir a notícia, por que o rádio – no qual só ouvimos uma vez – teria tal confiança?
E sobre a censura, citada no começo deste texto? Ramonet diz que existem duas: a censura escancarada e a invisível. A escancara já exemplificamos, Cuba, China, por exemplo. E a invisível? Não ocorre aqui no Brasil? Todos os jornalistas tem liberdade total para com seus textos? Obviamente não, mas isso é escondido dentro das redações.
Claro que os jornalistas não querem perder seus empregos e por isso acabam – em sua grande maioria contra sua vontade - tomando partido em suas publicações, isso se deve ao fato da famosa linha editorial. O ponto mais polêmico do Jornalismo.
Base do texto: RAMONET, Ignacio (2007), "A Tirania da Comunicação", Editora Vozes, 4° Edição.