A imprensa surgiu, entre outros motivos, devido à enorme proporção tomada pela atividade comercial no mundo, que abriu espaço para o crescimento da burguesia e do capitalismo. Sendo assim, essa nova ferramenta de comunicação teria de atender de alguma forma aos interesses da classe burguesa, além das necessidades da população e dos governos. Os banqueiros e comerciantes precisavam de um meio que divulgasse os preços das mercadorias e informações da economia, assim como o consumidor precisava de dados dos produtos que comprariam. Por sua vez, os governantes necessitavam publicar informações para a organização administrativa da cidade, como guias de recolhimento de impostos, editais e avisos em geral. Nesse panorama se desenvolveu o Jornalismo de Serviço, que mais tarde estaria presente nos primeiros jornais impressos. Esse tipo de Jornalismo existe até hoje, bem diferente se comparado ao início, mas sempre com a essência de trazer informação de utilidade imediata ao leitor. E, é óbvio, com o status de necessidade básica, como vemos neste comercial do Estadão.
http://www.youtube.com/watch?v=JsCdNWaKzTM
O que mudou de lá para cá? Muita coisa.
As necessidades da população aumentaram. Uma editoria em que o Jornalismo de Serviços está fortemente presente é a de Cultura. Nos cadernos de Cultura dos impressos é possível saber as datas, horários, locais e preços dos principais eventos culturais da cidade, como filmes e peças de teatro. Além das informações básicas, há também análises de livros e eventos, indicando os prós e contras. Mas claro que o Jornalismo de Serviços já chegou a outros cadernos, como os de Economia, Ciência, Cotidiano, Política, entre outros.
E não foi só nas mídias tradicionais que o Jornalismo de Serviço ganhou força. Hoje tudo é mais rápido e dinâmico por causa da tecnologia. A globalização e a Internet facilitam muito a comunicação e o fluxo de informações no mundo todo, tornando tudo mais acessível. Na Internet, é possível encontrar diversos serviços de informação como dicas e análises de produtos, ou endereços de todo tipo de lugar. O Jornalismo de Serviço online também traz listas de casas noturnas, barzinhos e outras opções de entretenimento.
Outra grande aliada do Jornalismo de Serviço é a publicidade. Claro que os anúncios não são exatamente o Jornalismo de Serviço, mas como comparação é cabível serem citados. Além de ser a alma da venda dos produtos, a publicidade ajuda até mesmo os jornais a venderem seus espaços na parte de classificados. É intensa a briga entre os impressos para vender o maior espaço pelo menor preço, a melhor relação custo-benefício. Quem não se lembra do clássico comercial do rato da Folha?
http://www.youtube.com/watch?v=tpXZ24_RO9U&feature=related
Apesar de todas essas facilidades de divulgação, fazer Jornalismo de Serviço é uma tarefa muito difícil. Afinal, se qualquer meio de comunicação se dispõe a prestar qualquer serviço para o público, é melhor que seja completo e muito bem feito.
A jornalista Mara Gama, no blog OMBUDSMAN* DO UOL (veja a matéria no espaço "Nós Recomendamos", do lado esquerdo), aponta algumas críticas ao serviço prestado no portal. Em um post recente, ela faz críticas em relação à análise de filmadoras digitais publicada no site. Segundo Mara, “o texto, que analisava duas filmadoras, era um colar de elogios”. Ou seja, a análise exaltava os pontos bons do produto e minimizava os pontos negativos, quando não os omitia. Mais parecia uma propaganda feita por publicitários do que uma análise feita por jornalistas. Em outro post, a jornalista critica uma listagem de aeroportos. A lista estava incompleta, sem critérios e com falta de informações. Sinônimo de serviço mal-feito e público insatisfeito.
Por essas e outras, todo cuidado é pouco quando se decide prestar serviço de utilidade ao público.
*Ombudsman – Palavra sueca que designa o representante do cidadão, conhecido no Brasil como ouvidor. Nos jornais e sites, a função do ombudsman é apontar os erros cometidos pela própria empresa e pelas concorrentes, defendendo unicamente o interesse do público.
sexta-feira, 27 de março de 2009
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Parabéns ao grupo todo e méritos ao entrevistador, a entrevista ficou excelente.
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